O Brasileirão 2019 é um dos mais confusos da história para quem analisa ou apenas quer entender melhor como funciona a questão financeira dos direitos de transmissão. Pela primeira vez na era dos pontos corridos, o Grupo Globo perdeu a exclusividade total da competição por causa dos contratos da Turner com sete clubes da Série A: Athletico, Bahia, Ceará, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos.
Além disso, o modelo de distribuição de dinheiro mudou completamente na TV aberta e também na TV paga, adotando uma maneira mais “justa” para a divisão dos bolos pagos por Globo e Turner. No entanto, a grana do PPV (pay-per-view) não seguiu essa lógica, mantendo o formato anterior de discrepâncias enormes.
Se não bastasse toda essa confusão, clubes adiantaram cotas (como sempre), luvas foram consideradas pela Turner como parte dos pagamentos, descontando dos valores em jogo em 2019, e ainda por cima um dos clubes da competição tinha um contrato diferente dos demais com a dona do Esporte Interativo, o Fortaleza, que não entrou nas divisões normais do dinheiro da empresa norte-americana. Para fechar com chave de ouro, o Athletico Paranaense passou o torneio inteiro fora do PPV, o que se provou uma escolha acertada, como veremos neste levantamento.
Aviso aos navegantes: vamos por partes ao longo dessa jornada, pois são diversas contas em jogo. O texto é longo e analisa detalhadamente cada fator até chegar a uma projeção final de arrecadação dos clubes. Embarque com a gente nessa:
1 – Quanto dinheiro esteve em jogo para ser distribuído?
A Globo ofereceu R$ 600 milhões pelo pacote total de 20 clubes nos direitos de transmissão de TV aberta, mais R$ 500 milhões de TV por assinatura. A Turner ofereceu R$ 550 milhões na concorrência com o SporTV na TV paga. Além disso, o Grupo Globo projetou um pacote de R$ 650 milhões pelo PPV.
2 – Quanto dinheiro Globo e Turner efetivamente pagaram pelos direitos de transmissão?
Muita gente se confundiu neste ponto. A Globo fez várias projeções em cima de um valor total de R$ 1,1 bilhão pelos direitos de TV aberta + TV por assinatura, mas a empresa não vai pagar tudo isso. É que o pacote de R$ 500 milhões do SporTV era referente a 20 clubes. No entanto, apenas 13 dos times que disputaram a Série A em 2019 tinham contrato com o canal. A conta, nesse caso, é a seguinte:
R$ 500 milhões/20 clubes = R$ 25 milhões por clube
R$ 25 milhões x 13 clubes = R$ 325 milhões no bolo total
A Globo, portanto, pagou R$ 925 milhões pelos direitos no total. O mesmo princípio vale para a Turner, com um agravante: o Fortaleza não entra nessa conta, pois, quando ainda estava na Série C, topou assinar um contrato que previa pouco mais de R$ 9 milhões fixos, sem direito a participar das divisões de valores com os demais clubes.
Portanto, a Turner ofereceu R$ 550 milhões se tivesse 20 clubes. Isso daria R$ 27,5 milhões por time fechado. Como teve seis (já tirando o Fortaleza), o bolo da empresa ficou em R$ 165 milhões.
PRIMEIRO ADENDO: Na prática, a Turner pagou R$ 140 milhões porque descontou luvas como se fossem pagamentos adiantados aos clubes que assinaram em 2016 com a dona do Esporte Interativo. No entanto, o Blog do Allan Simon vai considerar o bolo completo de R$ 165 milhões por entender que a grana descontada entrou nos cofres dos clubes, e que se fossemos descontar um caso conhecido dos clubes que tiveram seus jogos transmitidos pela TNT, seria necessário também tirar da conta os valores que a Globo já adiantou aos seus contratados. Não faremos isso.
Portanto, o Brasileirão 2019 teve uma arrecadação de quase R$ 1,1 bilhão do mesmo jeito, mas há a necessidade de saber de onde veio cada parte da grana. Isso vai ser preciso mais adiante nessas contas.
3 – Como funcionou a divisão dos bolos de Globo e Turner?
Além dos R$ 50 milhões a mais propostos pelo pacote de TV por assinatura, a Turner tinha como principal diferença para a Globo os percentuais de divisão. A dona do Esporte Interativo assinou com seus clubes em uma base de 50% para distribuição igualitária, 25% para divisão de acordo com a quantidade de jogos transmitidos, e outros 25% pela premiação com base na classificação. Veremos mais adiante que esses dois últimos grupos não serviram para nada no fim das contas da emissora no Brasileirão.
No caso da Globo, o bolo igualitário era de 40%. A divisão por jogos transmitidos era de 30%, enquanto a premiação pela classificação também ficou com 30%. Essa regra valeu para os contratos de TV aberta e TV por assinatura.
4 – Quanto cada clube ganhou por jogos exibidos em TV aberta no Brasileirão 2019?
O Blog do Allan Simon acompanhou desde a primeira rodada os dados de transmissões da Globo em TV aberta. São considerados nesse levantamento todos os jogos exibidos em mídia aberta e gratuita na competição, o que inclui jogos em rede nacional, regionalizados, ou mesmo transmitidos apenas pelo Globoesporte.com de graça na internet. Com isso, foram 96 partidas transmitidas dessa forma.
Lembra quando falamos que 30% do pacote de TV aberta seria dividido de acordo com a quantidade de jogos transmitidos? Pois, bem. Como o bolo total era de R$ 600 milhões, a fatia para distribuição por partidas exibidas ficou em R$ 180 milhões. Cada jogo, portanto, valeu R$ 1,875 milhão. Essa quantia é dividida entre os dois clubes em campo. Por isso, para cada jogo transmitido na Globo, uma equipe recebeu R$ 937,5 mil.
O grande campeão foi o Athletico Paranaense. Sem contrato de PPV no Brasileirão, o Furacão acabou forçando a Globo a escolher 19 partidas da equipe rubro-negra, metade do total, para tentar evitar apagões em partidas que a emissora considerava importantes, como Corinthians x Athletico, Grêmio x Athletico, etc. Quatro desses jogos foram exibidos de maneira exclusiva pelo Globoesporte.com. Veja abaixo com quanto cada time ficou dentro dos 30% referentes ao número de jogos transmitidos:
ATHLETICO PARANAENSE | R$ 17.812.500,00 |
PALMEIRAS | R$ 12.187.500,00 |
CORINTHIANS | R$ 11.250.000,00 |
FLAMENGO | R$ 11.250.000,00 |
SANTOS | R$ 10.312.500,00 |
BOTAFOGO | R$ 10.312.500,00 |
FLUMINENSE | R$ 10.312.500,00 |
CRUZEIRO | R$ 10.312.500,00 |
SÃO PAULO | R$ 9.375.000,00 |
VASCO | R$ 9.375.000,00 |
INTERNACIONAL | R$ 9.375.000,00 |
ATLÉTICO-MG | R$ 8.437.500,00 |
GOIÁS | R$ 8.437.500,00 |
GRÊMIO | R$ 7.500.000,00 |
CEARÁ | R$ 7.500.000,00 |
BAHIA | R$ 7.500.000,00 |
FORTALEZA | R$ 6.562.500,00 |
AVAÍ | R$ 5.625.000,00 |
CSA | R$ 5.625.000,00 |
CHAPECOENSE | R$ 937.500,00 |
Além disso, o bolo de 40% distribuído de maneira igualitária rendeu mais R$ 12 milhões a cada clube (R$ 240 milhões divididos por 20 equipes). Os 30% restantes estão no tópico das premiações.
5 – Quanto cada clube ganhou por jogos exibidos em TV paga no Brasileirão 2019?
No caso da Turner, a conta é muito fácil. Do bolo total de R$ 165 milhões, 25% seriam reservados à distribuição por quantidade de jogos transmitidos. Ou seja, R$ 41,25 milhões. Mas a TNT exibiu 42 partidas, exatamente 12 de cada um. O Fortaleza não entra na conta, mas, mesmo assim, a quantidade fica igual para os outros seis. Resultado: cada um levou quase R$ 6,9 milhões.
No SporTV, que costumava transmitir 76 jogos por temporada, o total caiu para 60 em 2019. Resultado da concorrência da TNT, que tirou muitas partidas da exclusividade do Premiere, e da quantidade menor de jogos possíveis (apenas os 156 envolvendo dois dos 13 times com os quais o canal tinha contrato). O bolo de 30% para divisão nesse caso valia R$ 97,5 milhões. Cada partida, portanto, recebeu R$ 1,625 milhão, rendendo R$ 812,5 mil para cada clube.
O Avaí foi o grande vencedor desse ranking. O clube, disparado o pior do Brasileirão na tabela, foi o “queridinho” do SporTV, com 17 transmissões. A sequência da lista tem mais dois rebaixados: Chapecoense e CSA. Como times que caem não recebem premiação, o dinheiro pelas transmissões no canal da Globosat foi providencial.
Já Corinthians e Flamengo, por sua vez, não alcançaram nem R$ 1 milhão, como você pode ver no ranking abaixo. Os times de maior torcida no país só apareceram no SporTV uma vez cada, e já na reta final da competição, nas últimas duas rodadas. Confira:
AVAÍ | R$ 13.812.500,00 |
CHAPECOENSE | R$ 12.187.500,00 |
CSA | R$ 12.187.500,00 |
ATLÉTICO-MG | R$ 9.750.000,00 |
GOIÁS | R$ 9.750.000,00 |
BOTAFOGO | R$ 8.125.000,00 |
GRÊMIO | R$ 8.125.000,00 |
FLUMINENSE | R$ 7.312.500,00 |
CRUZEIRO | R$ 6.500.000,00 |
VASCO | R$ 4.875.000,00 |
SÃO PAULO | R$ 3.250.000,00 |
CORINTHIANS | R$ 812.500,00 |
FLAMENGO | R$ 812.500,00 |
No caso do SporTV, o bolo distribuído de maneira igualitária (40%) era de R$ 130 milhões, rendendo R$ 10 milhões por clube. A TNT teve R$ 82,5 milhões (50%) para dividir de maneira igualitária, pagando R$ 13,75 milhões a cada um dos seis times.
Os 30% restantes do canal da Globo estarão nas premiações. No caso da Turner, os clubes concordaram em antecipar esse pagamento ainda em agosto. Ou seja, dividiram por igual sem esperar saber em qual posição cada um terminaria, para poder gerar fluxo de caixa mais cedo. A premiação para esses seis times, portanto, ficou em mais quase R$ 6,9 milhões.
6 – Somando bolos igualitários e por transmissões, quem levou a melhor?
O Athletico, impulsionado por ter metade de seus jogos em TV aberta e mais 12 na TNT, foi o grande vencedor na soma dos bolos sem contar premiações. Importante destacar que, quando a Globo decidiu transmitir uma partida que a Turner já estava exibindo, os clubes em campo recebiam duas vezes: a parte pelo bolo de TV aberta e também a de TV paga.
TIMES | TOTAL |
ATHLETICO PARANAENSE | R$ 50.437.500,00 |
PALMEIRAS | R$ 44.812.500,00 |
SANTOS | R$ 42.937.500,00 |
INTERNACIONAL | R$ 42.000.000,00 |
AVAÍ | R$ 41.437.500,00 |
BOTAFOGO | R$ 40.437.500,00 |
ATLÉTICO-MG | R$ 40.187.500,00 |
GOIÁS | R$ 40.187.500,00 |
CEARÁ | R$ 40.125.000,00 |
BAHIA | R$ 40.125.000,00 |
CSA | R$ 39.812.500,00 |
FLUMINENSE | R$ 39.625.000,00 |
CRUZEIRO | R$ 38.812.500,00 |
GRÊMIO | R$ 37.625.000,00 |
VASCO | R$ 36.250.000,00 |
CHAPECOENSE | R$ 35.125.000,00 |
SÃO PAULO | R$ 34.625.000,00 |
CORINTHIANS | R$ 34.062.500,00 |
FLAMENGO | R$ 34.062.500,00 |
FORTALEZA | R$ 27.599.579,00 |
Aqui, o Fortaleza já aparece com os R$ 9 milhões do contrato fixo com a Turner, mais os R$ 12 milhões do bolo igualitário da TV aberta, e mais de R$ 6,5 milhões pelas partidas exibidas pela Globo. Já se nota a distância pelo contrato diferente com o Esporte Interativo.
Também é possível ver que Corinthians e Flamengo ficaram muito para trás. Há uma explicação: a Globo priorizou as transmissões das duas equipes no PPV, que é quem vai desequilibrar todo esse ranking no final. Para se ter uma ideia, cada um deles teve 25 jogos completamente exclusivos no Premiere, ou seja, sem qualquer outra exibição em TV aberta ou fechada. Isso representa quase 66% do total de partidas realizadas por clube no Brasileirão.
ATENÇÃO: a partir de agora, as contas viram uma “projeção”, pois não há uma certeza a respeito de dados percentuais nos acordos da Globo com os clubes que fecharam com a Turner na TV por assinatura.
7 – Como funcionou a premiação do Brasileirão?
Foi divulgada ainda em abril uma lista com a premiação por posição no Brasileirão 2019. Veja quais foram os valores acertados:
Campeão – R$ 33 milhões
Vice-campeão – R$ 31,3 milhões
3º lugar – R$ 29,7 milhões
4º lugar – R$ 28 milhões
5º lugar – R$ 26,4 milhões
6º lugar – R$ 24,7 milhões
7º lugar – R$ 23,1 milhões
8º lugar – R$ 21,4 milhões
9º lugar – R$ 19,8 milhões
10º lugar – R$ 18,5 milhões
11º lugar – R$ 15,5 milhões
12º lugar – R$ 14,6 milhões
13º lugar – R$ 13,7 milhões
14º lugar – R$ 12,8 milhões
15º lugar – R$ 11,9 milhões
16º lugar – R$ 11 milhões
Mas há um porém nessa história. A soma desses valores dá um pouco mais de R$ 330 milhões, que vem a ser 30% do R$ 1,1 bilhão oferecido pela Globo pelos direitos de TV aberta + TV por assinatura com 20 clubes. Não foi o que aconteceu. O SporTV só fechou com 13 equipes. Por isso, os valores não são integrais para os clubes que fecharam com a Turner.
Você pode perguntar: “Mas isso aí não é o tal redutor que falaram na época da negociação do Palmeiras?”. Não, não é. Aquilo era uma tentativa de Globo “multar” os clubes em 20% no total do contrato de TV aberta, mais uma multa por jogo no acordo de PPV, alegando que os acordos com a Turner diminuíram a capacidade de manejamento de partidas entre TV Globo, SporTV e Premiere. Não prosperou.
Aqui não há redutor. Há o simples fato de que esses valores anunciados como premiação somam os pacotes de Globo e SporTV. São R$ 180 milhões da Globo, mais R$ 150 milhões do SporTV. Acontece que o canal fechado da Globosat não precisou pagar o valor integral, mas sim 30% dos R$ 325 milhões que já mencionamos. Isso dá R$ 97,5 milhões. Portanto, a soma das premiações deve dar, no máximo, R$ 277,5 milhões.
O Blog do Allan Simon usou a seguinte fórmula para projetar quanto os times da Turner “perdem” nessa lista: se o total de premiações era formado por R$ 180 milhões da Globo e R$ 150 milhões do SporTV, isso significa que o bolo de R$ 330 milhões tinha 55% de participação da TV aberta e 45% da TV paga.
As equipes que fecharam com a Turner, portanto, têm direito a 55% do valor de cada premiação, referente apenas ao contrato de TV aberta. Os demais recebem integralmente. Até porque, como já mencionamos, seis clubes (Athletico, Bahia, Ceará, Internacional, Palmeiras e Santos) já dividiram R$ 41,25 milhões a título de premiação, rendendo praticamente R$ 6,9 milhões por time.
Vice-campeão brasileiro, o Santos ocupou uma posição que daria direito a R$ 31,3 milhões para times fechados com Globo e SporTV. Tirando 45% desse total, a premiação santista cai para R$ 17.215.000. Somando os R$ 6.825.000 da Turner, o valor fecha em R$ 24.090.000. Ou seja, no caso do Santos, foi um mau negócio dividir por igual os valores da premiação para ter fluxo de caixa em agosto.
O Ceará fez o caminho inverso. Como 16º colocado, teria direito a R$ 11 milhões se tivesse fechado com o SporTV. Com a perda dos 45%, o valor caiu para R$ 6.050.000. Mas o acréscimo da premiação igualitária do Esporte Interativo elevou o total para R$ 12.925.000.
Conclusão: só o time cearense ganhou mais dinheiro entre as equipes da Turner no Brasileirão. Foi uma espécie de “socialização” dos prêmios, na qual todos sabiam dos riscos de diminuição do valor final, mas quem lutava para não cair já garantia pelo menos parte da grana, já que rebaixados não têm direito ao prêmio pago pela Globo.
Somando o dinheiro pago por Globo, SporTV e TNT a título de premiação, o ranking ficou assim:
FLAMENGO | R$ 33.000.000,00 |
SANTOS | R$ 24.090.000,00 |
PALMEIRAS | R$ 23.210.000,00 |
GRÊMIO | R$ 28.000.000,00 |
ATHLETICO | R$ 21.395.000,00 |
SÃO PAULO | R$ 24.700.000,00 |
INTERNACIONAL | R$ 19.580.000,00 |
CORINTHIANS | R$ 21.400.000,00 |
FORTALEZA | R$ 10.890.000,00 |
GOIÁS | R$ 18.500.000,00 |
BAHIA | R$ 15.400.000,00 |
VASCO | R$ 14.600.000,00 |
ATLÉTICO-MG | R$ 13.700.000,00 |
FLUMINENSE | R$ 12.800.000,00 |
BOTAFOGO | R$ 11.900.000,00 |
CEARÁ | R$ 12.925.000,00 |
A Globo pagou R$ 264 milhões, até menos que o previsto, fundamentalmente porque caíram quatro clubes com os quais tinha contrato integral. Se o Cruzeiro tivesse ficado na Série A, por exemplo, a emissora teria que pagar os quase R$ 5 milhões que “economizou” com o Ceará na 16ª colocação.
8 – Como ficou a divisão final da grana somando TV aberta + TV por assinatura no Brasileirão?
Mesmo com o título brasileiro e sua consequente premiação, o Flamengo não conseguiu ultrapassar o Athletico Paranaense, rei das exibições em TV aberta e fechada. O time paranaense faturou quase R$ 5 milhões a mais que o rubro-negro carioca. O Palmeiras, que também teve mais jogos transmitidos nas duas mídias, também ganhou mais que o campeão da competição.
Como era de se esperar, os quatro rebaixados apareceram na parte de baixo do ranking financeiro, mas há um “penetra” no meio: o Fortaleza, graças ao contrato que está sendo questionado pela direção do clube na Justiça. Se tivesse participado da divisão com os demais clubes fechados com a Turner, o time cearense poderia ter ganhado pelo menos no mesmo nível que o Ceará, seu maior rival, que faturou quase R$ 15 milhões a mais.
Confira o ranking, que soma R$ 1,086 bilhão em dinheiro. Os R$ 14 milhões faltantes se devem às premiações menores da Globo por causa dos times da Turner, e também por quatro rebaixamentos de times do SporTV.
ATHLETICO PARANAENSE | R$ 71.832.500,00 |
PALMEIRAS | R$ 68.022.500,00 |
FLAMENGO | R$ 67.062.500,00 |
SANTOS | R$ 67.027.500,00 |
GRÊMIO | R$ 65.625.000,00 |
INTERNACIONAL | R$ 61.580.000,00 |
SÃO PAULO | R$ 59.325.000,00 |
GOIÁS | R$ 58.687.500,00 |
BAHIA | R$ 55.525.000,00 |
CORINTHIANS | R$ 55.462.500,00 |
ATLÉTICO-MG | R$ 53.887.500,00 |
CEARÁ | R$ 53.050.000,00 |
FLUMINENSE | R$ 52.425.000,00 |
BOTAFOGO | R$ 52.337.500,00 |
VASCO | R$ 50.850.000,00 |
AVAÍ | R$ 41.437.500,00 |
CSA | R$ 39.812.500,00 |
CRUZEIRO | R$ 38.812.500,00 |
FORTALEZA | R$ 38.489.579,00 |
CHAPECOENSE | R$ 35.125.000,00 |
9 – E o PPV? Como ficaram os valores totais do Brasileirão na TV?
O PPV foi o responsável por “recolocar” os moldes antigos nos trilhos, com uma tremenda disparidade entre os clubes. Os valores aqui são estimados de acordo com o que foi publicado na imprensa. Não usamos uma tabela específica, pois algumas consideravam valores de luvas (que não são descontados como adiantamento, como a Turner fez), e outras, não.
O Flamengo é o campeão de pay-per-view, com R$ 120 milhões. O Corinthians fica um pouco atrás, com R$ 110 milhões. O Palmeiras conseguiu um acordo para 2019 que alcançou os R$ 94 milhões, mas parte disso está nas luvas. O valor real, conforme apurado pelo UOL Esporte, está perto dos R$ 80 milhões. Esse é o que consideraremos, pois a grana de Flamengo e Corinthians não conta também as luvas de cada clube.
Confira os valores finais projetados com a soma de TV aberta, TV paga e PPV no Brasileirão 2019:
FLAMENGO | R$ 187.062.500,00 |
CORINTHIANS | R$ 165.462.500,00 |
PALMEIRAS | R$ 147.522.500,00 |
SÃO PAULO | R$ 130.325.000,00 |
GRÊMIO | R$ 99.625.000,00 |
VASCO | R$ 95.850.000,00 |
SANTOS | R$ 93.027.500,00 |
INTERNACIONAL | R$ 85.580.000,00 |
ATLÉTICO-MG | R$ 71.887.500,00 |
ATHLETICO PARANAENSE | R$ 71.832.500,00 |
FLUMINENSE | R$ 67.425.000,00 |
BOTAFOGO | R$ 65.337.500,00 |
GOIÁS | R$ 64.687.500,00 |
BAHIA | R$ 63.525.000,00 |
CEARÁ | R$ 59.050.000,00 |
CRUZEIRO | R$ 56.812.500,00 |
AVAÍ | R$ 47.437.500,00 |
CSA | R$ 45.812.500,00 |
FORTALEZA | R$ 44.489.579,00 |
CHAPECOENSE | R$ 41.125.000,00 |
10 – E agora? O que será do Brasileirão 2020?
Cobrir a questão dos direitos de transmissão do Brasileirão 2019 foi desafiador, porque estávamos aprendendo ao mesmo em que tentávamos mostrar ao leitor como funcionaria o novo esquema com dois grupos de comunicação exibindo a competição. Mas a rota não é fácil. Ter aprendido a lidar com as questões deste ano não garante tranquilidade na próxima temporada pelos seguintes motivos:
– Passará a vigorar a divisão do PPV com base no percentual de assinantes que declaram o seu clube do coração no aplicativo do Premiere Play, modificando a estrutura de grana distribuída nesta mídia. Acaba o valor mínimo garantido que o Palmeiras conseguiu em 2019, por exemplo.
– A TNT passa a ter mais um time na Série A, o Coritiba. Nenhuma das equipes da Turner caiu. O Coxa vem somar 14 jogos ao pacote do canal, e por consequência, aumentar o valor do bolo total a ser distribuído em termos de dinheiro. Mas, se todos os clubes quiserem manter o esquema de dividir tudo por igual, dará na mesma, pois a entrada do time paranaense só acrescenta os R$ 27,5 milhões proporcionais à presença dele na Série A no contrato do Esporte Interativo.
– O Fortaleza seguirá tentando modificar o contrato com a Turner. Poderemos ter novidades interessantes dessa questão.
– O Internacional não assinou contrato com a TNT até 2024, como os demais. O acordo só vai até 2020. E já há um outro assinado com o SporTV pelo período 2021-2024. Ou seja, a Turner já tem uma perda garantida de equipe na Série A para o outro ano.
LEIA MAIS
– Brasileirão: Adidas consolida domínio na década com título do Flamengo
– Brasileirão: “Anos 2010” têm menor variedade de campeões em cinco décadas
Conheça a nossa seção “Quanto Custava?”, que mostra preços atualizados do futebol antigo:
– Quanto custava um ingresso para ver o milésimo gol de Pelé há 50 anos?
– Como era e quanto custava comprar uma camisa oficial dos grandes de SP nos anos 1980?
– Como era e quanto custava comprar as camisas oficiais dos grandes do RJ nos anos 1980?
– Como era e quanto custava comprar as camisas dos grandes de MG nos anos 1980?
– Quanto custava um ingresso para a inauguração do Morumbi em 1960?
_ Quanto custava o Peg & Fale Gol, celular oficial dos times paulistas em 2001?
Óbvio que mim (como leigo) não é tão simples de entender, mas é uma apanhado muito bem elaborado, e, em se confirmando os números, está perfeito. Parabéns… Aqui, Harlen do CAP.
Obrigado, Harlen! Um abraço!
Belíssimo trabalho! Parabéns!
Obrigado, Fernando!!!
Mano você deve ter levado uns 2 meses para entender e fazer a matéria. Haja cálculo. Poderiam bolar uma forma mais simples.
Olha, vou te dizer que, na real, para entender foram três anos, desde que comecei a cobertura dos primeiros acordos com SporTV e Esporte Interativo. hahahaha A matéria foi construída ao longo de todo o Brasileirão em planilhas enormes. Valeu a pena, mas seguiremos tendo que aprender a cada dia com esse novo formato. Valeu!
Bom dia! Parabens pelo trabalho. Para mim, como flamenguista, acho que nao foi um bom contrato. Fla e Corinthians aceitaram ganhar menos e o palmeiras aproveitou para ganhar mais.
Obrigado, Márcio!
Um absurdo o que estão fazendo com a cota do Vasco. Um clube histórico, projeção nacional, quase 200 mil socios torcedores e receber uma cota quase igual a de Santos, Grêmio, Inter. É UM ABSURDO! O VASCO TEM QUE FAZER COMO O ATLETICO-PR. FECHAR COM A TURNER POIS A GLOBO NAO RESPEITA O TORCEDOR E A INSTITUIÇAO VASCO DA GAMA. TRISTE E REVOLTANTE.