Flamengo-2019 foi o 14º time campeão brasileiro vestindo Adidas - Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
Flamengo-2019 foi o 14º time campeão brasileiro vestindo Adidas - Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

Brasileirão: Adidas consolida domínio na década com título do Flamengo

O título brasileiro do Flamengo, oficializado no último domingo (24), foi também o quinto conquistado por um time patrocinado pela Adidas no período 2010-2019, consolidando a marca como a maior vencedora entre as fornecedoras de material esportivo no Brasileirão nesta década.

A empresa alemã já aparecia no pôster do campeão mais recente, o Palmeiras de 2018, time que também conquistou o Campeonato Brasileiro usando camisas da marca em 2016. Antes de tudo isso, ainda aconteceram dois títulos nacionais com o Fluminense, em 2010 e 2012.

O segundo lugar entre as marcas ficou com a Nike, que participou de três títulos brasileiros e foi completamente “carregada” nas costas pelo Corinthians, já que todas as taças foram do time alvinegro: 2011, 2015 e 2017. Por último, aparece a Olympikus, presente nos dois troféus conquistados de forma consecutiva pelo Cruzeiro em 2013 e 2014.

De volta aos anos 1980

A Adidas não dominava uma década do Brasileirão desde o período entre 1980 e 1989, quando teve a marca estampada em seis times campeões: Flamengo-1982, Flamengo-1983, Coritiba-1985, São Paulo-1986, Flamengo-1987 e Bahia-1988.

Na época, quem mais se aproximou foi a “Le Coq Sportif”, com dois títulos: Fluminense-1984 e Sport-1987. Ainda apareceram em títulos a Olympikus (Grêmio-1981) e a Finta (Vasco-1989).

Flamengo “salvou” a Adidas nos anos 1990

Depois do domínio total na década anterior, a marca alemã deu espaço a outras concorrentes no cenário nacional e, principalmente, na lista de campeões. Apenas o Flamengo de 1992 foi campeão usando camisas da Adidas no período 1990-1999.

Não houve nesse tempo uma hegemonia clara, como na década anterior, mas a Penalty terminou com o maior número de campeões, com três taças (São Paulo-1991, Grêmio-1996 e Corinthians-1998). Em seguida, com dois títulos cada, apareceram a Finta (Corinthians-1990 e Botafogo-1995) e a Rhummel (no bicampeonato do Palmeiras em 1993 e 1994).

A Kappa faturou em 1997 com o Vasco, e a Topper levou em 1998 com o Corinthians. Chama a atenção o fato de o time do Parque São Jorge ter sido campeão três vezes nessa década usando três fornecedores diferentes. Desde então, foram mais quatro títulos, todos com a Nike.

Anos 2000 foram de “seca” para a Adidas

Aparecendo bem menos entre os times brasileiros, com destaque para o Fluminense – que acabou passando em branco na competição -, a Adidas ficou sem nenhum campeão do Brasileirão no período entre 2000 e 2009.

Novamente não houve um domínio claro, mas o tricampeonato do São Paulo entre 2006 e 2008 foi fundamental para a Reebok ter destaque no período, empatando em troféus com a Umbro, que vestiu o Athletico Paranaense de 2001, e o Santos nos títulos de 2002 e 2004.

Depois dessas marcas, cada campeã apareceu apenas uma vez: Kappa (Vasco-2000), Topper (Cruzeiro-2003), Nike (Corinthians-2005),  e Olympikus (Flamengo-2009).

Domínio histórico absoluto

A prática de colocar estampar marcas de fornecedoras de materiais esportivos no uniforme só começou no final da década de 1970, quando foi liberada por lei. Até então, empresas como Adidas e Athleta até faziam as camisas, mas não podiam aparecer nelas.

Os primeiros campeões após a liberação foram da Adidas também: Guarani-1978 e Internacional-1979. O Flamengo de 1980 foi o último vencedor do Brasileirão a não ter marca estampada na camisa. Considerando todos vencedores entre 1978 e 2019, a marca alemã tem domínio total: foram 14 títulos. A segunda colocação é dividida por Nike e Olympikus, e cada uma tem apenas quatro, dez a menos que a rival.

* O Blog do Allan Simon está considerando o conceito de década que agrupa as dezenas dos anos. Ou seja, 1990 fica sendo parte dos “anos 1990”. Existe outro conceito, também correto, que considera a origem do calendário atual no ano 1, não havendo ano 0, para agrupar as décadas entre 2001 e 2010, por exemplo, cenário no qual a década em que estamos terminaria apenas em 2020.

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