Como era e quanto custava comprar as camisas dos grandes de MG nos anos 1980?

Como era e quanto custava comprar as camisas dos grandes de MG nos anos 1980?

16 de outubro de 2019 0 Por Allan Simon

O Blog do Allan Simon já mostrou como era e quanto custava comprar as camisas oficiais dos times de São Paulo e Rio de Janeiro que disputavam o Brasileirão em 1988. Agora, chegou a vez de Minas Gerais.

Esta série de reportagens faz parte das seções “Como Era?” e “Quanto Custava?“, e foi feita a partir de pesquisa nos arquivos da revista Placar e um trabalho de cálculo de atualização monetária com a intenção de conhecer melhores como eram os valores e as condições para adquirir um item original dos grandes clubes brasileiros há mais de 30 anos.

Os dados que embasaram esta pesquisa foram publicados pela revista Placar no dia 16 de dezembro de 1988, em sua edição número 967. Naquela época não havia tanta facilidade assim para encontrar uma camisa oficial dos clubes. As vendas eram feitas apenas em lojinhas que eles mantinham, mas sempre em pequenas quantidades. Era possível, segundo a reportagem, comprar camisas diretamente com os jogadores.

Para atualizar os valores, o usamos o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é o índice de inflação oficial medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Consideramos os meses de dezembro de 1988 e setembro de 2019, além de uma conversão de moedas realizada por meio do site do Banco Central do Brasil.

Vale lembrar uma outra vez: o salário mínimo vigente no Brasil em dezembro de 1988 era de Cz$ 40.425. O rendimento médio dos trabalhadores naquele mês, segundo o IBGE, era de pouco mais de 103,5 mil cruzados, ou seja, pouco acima de dois salários mínimos e meio da época. Atualmente, o salário mínimo está fixado em R$ 998, e o rendimento médio está em quase R$ 2,3 mil, que é pouco mais de dois salários mínimos.

– Como era e quanto custava comprar uma camisa do Atlético-MG?

Como era: Segundo a Placar, o clube vendia camisas na loja “Preto e Branco”, localizada na rua Bernardo Guimarães, em Belo Horizonte, mesmo endereço onde hoje existe a “Loja do Galo”. O Atlético-MG não trabalhava com reembolso postal, como outros times faziam.

O Galo estimava vender 250 camisas em média todo mês, e os números preferidos nas costas eram 7, 9 e 10. A revista anotou que estavam em falta os modelos com números 8 e 11. Mas essa não era a única forma de comprar. Cada jogador tinha uma cota pessoal de dez camisas. De acordo com a Placar, eles não costumavam vender, usando para presentear amigos e fãs. Mas ficava a dica para tentar “colar” no elenco para obter uma delas.

Quanto custava:  O Atlético-MG vendia a camisa oficial a Cz$ 9 mil. Mas ela vinha sem número e patrocínio. Quem quisesse colocar para deixar o modelo completo precisava pagar mais Cz$ 1,2 mil. Essa prática não era comum na época, tanto que essa observação não apareceu nos times de SP e RJ nas outras reportagens aqui publicadas. Não havia camisa de goleiro disponível para compra.

Preços atualizados: A camisa oficial do Atlético-MG custava o equivalente a R$ 141,34, mas a taxa cobrada para colocar número e patrocinador ficava em mais R$ 18,84 no dinheiro de hoje. Ou seja, saía por pouco mais de R$ 160. Na época, pagar 11,2 mil cruzados era proporcional a 27,7% do salário mínimo. O preço atualizado dá pouco mais de 16% do mínimo de hoje.

– Como era e quanto custava comprar uma camisa do Cruzeiro?

Como era: A Raposa também usava uma lojinha oficial do clube, localizada na rua Guajajaras, em Belo Horizonte, onde fica o Parque Esportivo do Barro Preto e o centro de treinamentos do Sada-Cruzeiro, time de vôlei. Os jogadores também possuíam uma cota, cada atleta tinha direito a seis camisas para dar ou vender.

O Cruzeiro estimou na época à Placar atender a cerca de 80 pedidos de compras na lojinha todos os meses. A maioria para as camisas 5 e 10. No entanto, elas estavam em falta “há um bom tempo” na época da publicação da reportagem.

Quanto custava:  O Cruzeiro cobrava bem mais caro na camisa oficial. O preço básico era de 12,9 mil cruzados, mas ainda era necessário pagar mais Cz$ 1 mil se o torcedor fizesse questão do patrocínio da Coca-Cola. Não eram vendidas camisas com o número 1.

Preços atualizados: A camisa oficial do Cruzeiro custava o equivalente hoje a R$ 202,58. A taxa para colocar a marca da Coca-Cola na frente e nas costas era de mais R$ 15,70 (sim, mil cruzados da época são hoje como pouco mais de 15 reais). O pacote completo saía, portanto, por pouco mais de R$ 218.

A camisa completinha, por 13,9 mil cruzados, saía por 34,3% do salário mínimo nacional naquela época. O preço atualizado é de quase 22% do mínimo de hoje.

Lamentavelmente não temos os preços das camisas do América-MG, que não disputava a Série A (ou Copa União) naquele ano e, por isso, não foi procurado pela Placar. Nos próximos posts vamos mostrar como era e quanto custava comprar camisas dos grandes do Rio Grande do Sul e do Nordeste naquela época.

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