O Paulistão 2020 está de volta após a paralisação forçada pela pandemia. Serão disputadas as duas últimas rodadas da fase de grupos da competição. Além da definição dos últimos classificados para o mata-mata decisivos, vamos conhecer também os dois times que vão para a Série A-2 em 2021. Afinal, quem pode ser rebaixado no Paulistão?
Os clubes decidiram, em conjunto com a FPF (Federação Paulista de Futebol), manter o rebaixamento no Paulistão 2020 mesmo com os problemas causados pela crise sanitária. Portanto, o regulamento segue igual: caem os dois times com menor pontuação na classificação geral, independentemente do grupo.
Antes da paralisação do campeonato, em 16 de março, a Ponte Preta, com apenas sete pontos, e o Botafogo de Ribeirão Preto, com oito, ocupavam a zona do rebaixamento no torneio. Mas há outros clubes ainda assombrados pelo rebaixamento.
– O Corinthians pode ser rebaixado?
Só estão matematicamente livres os times que estão acima dos 14 pontos na tabela, já que é esse o máximo que o Botafogo-SP, atualmente com oito, pode alcançar se vencer os dois jogos que restam na competição. Portanto, estão fora de risco e não fazem parte do grupo de quem pode ser rebaixado no Paulistão: Santo André, Palmeiras, São Paulo, Bragantino, Mirassol, Guarani, Novorizontino e Santos.
O Corinthians, com 11 pontos, está em um cenário moderado nas probabilidades de queda. Ao mesmo tempo em que possui apenas três pontos de vantagem para o primeiro clube atualmente na zona do rebaixamento, o time está na 10ª colocação geral.
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Tem atrás dele Ferroviária, também com 11 pontos, Oeste, Ituano e Água Santa, todos com 10. A Inter de Limeira, outra equipe com 11, supera o Corinthians no critério do número de vitórias, mas também corre risco.
De acordo com o site Chance de Gol, a probabilidade de rebaixamento do Corinthians atualmente é de 0,7%. A Ferroviária tem 0,1%. A Inter de Limeira, acima de ambos na tabela, tem 0,3%.
O risco é maior para os atuais ocupantes da zona do rebaixamento. A Ponte Preta, lanterna, tem 71,2% de probabilidade de jogar a Série A-2 em 2021. O Botafogo-SP, um ponto acima, tem 68,2%. Fora eles, o Água Santa tem 38,9% de risco. O Ituano aparece com 12,2%.
O curioso é que o Água Santa, que tem quase 40% de risco de cair, aparece também com 17,4% de chance de se classificar. É que o Oeste, também com dez pontos na tabela, é o segundo colocado do grupo 1, que tem o Santos na liderança. A equipe de Diadema perde no número de vitórias para o time de Barueri, se classifica caso consiga fazer pelo menos um ponto a mais na soma das duas próximas rodadas.
– Quais são os critérios de desempate para o rebaixamento no Campeonato Paulista?
São os mesmos critérios usados para definir classificados ou líderes de chaves. Caso haja empate entre clubes na zona do rebaixamento, vai se livrar da queda para a Série A-2 quem tiver:
a) Maior número de vitórias;
b) Maior saldo de gols;
c) Maior número de gols marcados;
d) Menor número de cartões vermelhos recebidos;
e) Menor número de cartões amarelos recebidos;
f) Sorteio público na sede da Federação Paulista de Futebol.
– O que acontece se algum clube desistir de disputar o Paulistão no ano que vem?
Essa dúvida prevaleceu até a edição deste ano, quando a FPF decidiu abrir uma vaga ao terceiro colocado da Série A-2 caso um time que não tenha sido rebaixado na Série A-1 desista da disputa no ano seguinte.
Aconteceu com o Red Bull Brasil, que foi impossibilitado de permanecer na elite e teve aplicado um rebaixamento no Campeonato Paulista após a empresa austríaca que é sua dona adquirir também o controle do Bragantino, convertendo a equipe de Bragança Paulista em um “Red Bull Bragantino”.
Assim sendo, o RB Brasil caiu para a Série A-2 mesmo tendo sido o quinto colocado na edição de 2019. O Água Santa, que foi o melhor colocado na divisão inferior entre os que não conseguiram o acesso no campo, foi premiado com a vaga.
– O que acontece se o Red Bull Brasil for finalista da Série A-2 e conquistar o acesso no campo?
O Regulamento Geral das Competições da FPF em 2020 prevê em seu artigo 7º que “um mesmo grupo econômico poderá deter mais de uma entidade de prática desportiva, desde que ambas não participem da mesma competição, na mesma série ou divisão, em respeito ao princípio desportivo da integridade das competições”.
Nesse caso, diz o parágrafo 2º que “representantes legais de ambas as equipes pertencentes ao mesmo grupo econômico deverão encaminhar à FPF ofício conjuntamente assinado, indicando qual das equipes é a principal e qual é a secundária, estritamente para efeitos de regulamento de acesso e descenso”. A Red Bull já indicou que o Bragantino é seu time principal, e o RB Brasil o secundário.
O parágrafo 6º responde à nossa pergunta sobre um possível acesso do Red Bull Brasil na Série A-2 dentro do campo: “Caso uma equipe secundária tenha conquistado acesso para a série ou divisão em que
permaneça a equipe principal, tal equipe secundária não ascenderá e o próximo melhor colocado da
série ou divisão que não obteve o acesso será promovido à divisão superior”.
Assim, mesmo que de outra forma, o terceiro colocado da Série A-2 subiria novamente na vaga do RB Brasil sem ter sido finalista da competição.
Da mesma forma, o parágrafo 7º afirma que “em nenhum caso será permitida a permanência na série ou divisão superior de clube que tenha sido rebaixado. O descenso para a série ou divisão inferior sempre deverá ser cumprido pela equipe rebaixada”. Isso significa que o Red Bull Brasil não poderia funcionar como um substituto do Red Bull Bragantino em caso de rebaixamento da equipe principal na Série A-1 e acesso simultâneo da secundária na Série A-2.
Ou seja, o rebaixamento no Campeonato Paulista sempre deverá ser cumprido pelo grupo e seus controladores. Caso um dia o Red Bull Bragantino caia para a Série A-2, o Red Bull Brasil será automaticamente rebaixado para a Série A-3, não importando a campanha feita na segunda divisão naquela temporada.
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