Além do “É Tetra”: as outras vozes que marcaram o título do Brasil em 1994

Além do “É Tetra”: as outras vozes que marcaram o título do Brasil em 1994

17 de julho de 2019 0 Por Allan Simon

O Brasil comemora nesta quarta-feira (17) o marco de 25 anos da conquista do tetracampeonato mundial de futebol nos Estados Unidos, feito confirmado em uma disputa de pênaltis contra a Itália após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação.

A cena em que Roberto Baggio, principal jogador do time italiano, isola a última cobrança e dá o título aos brasileiros ficou na memória por aqui pela narração de Galvão Bueno, na TV Globo, eternizada pelo grito de “É Tetra!!!” que o locutor repetiu várias vezes enquanto se abraçava a Pelé e Arnaldo Cezar Coelho nas tribunas do Rose Bowl, em Pasadena.

Embora aquela transmissão tenha ficado para sempre como um símbolo da conquista do tetra, já que a Globo tinha amplo domínio na audiência, outros dois canais exibiram a grande final ao vivo na TV aberta. O SporTV transmitiu em VT na noite daquele domingo, como fez durante todo o Mundial com os principais duelos. Não encontramos registros na internet dos pênaltis, mas a narração foi de Luiz Carlos Júnior.

Este post tem o intuito de relembrar as outras vozes que, além de Galvão Bueno, ajudaram a escrever nos livros de História da TV o capítulo da conquista do quarto título mundial do Brasil. Confira:

Luciano do Valle – Band

Depois de ter sido a principal voz da Rede Globo na frustrada tentativa do tetra na Copa do Mundo de 1982, quando narrou todos os jogos da seleção até a derrota para a Itália de Paolo Rossi, Luciano do Valle chegava ao terceiro Mundial pela Band. Finalmente conseguiu narrar um título brasileiro na maior competição do planeta. Confira os pênaltis narrados pelo locutor, que morreu em 2014 às vésperas da Copa do Mundo realizada no Brasil.

https://www.youtube.com/watch?v=NS0pchkccWw

Luiz Alfredo – SBT

O locutor, filho do narrador Geraldo José de Almeida (que participou de coberturas de Copa do Mundo no rádio e na TV nos três títulos anteriores do Brasil), já tinha feito a Copa do Mundo de 1990 pela emissora de Silvio Santos, mas esteve na Globo entre as edições realizadas na Itália e nos Estados Unidos.

Chegou a ganhar espaço digno de titular no canal carioca quando Galvão Bueno foi para a Rede OM, em 1992. Topou o convite para retornar ao SBT no ano do tetra. E também eternizou sua voz naquela conquista, repetindo várias vezes, também em tom de desabafo, que o Brasil, enfim, era tetracampeão do mundo.

E, claro, Galvão Bueno – Globo

Com o detalhe de que a emissora usou o Tema da Vitória, que marcou todos os títulos de Ayrton Senna e também triunfos de Nelson Piquet na Fórmula 1. Senna havia morrido dois meses e meio antes, no GP de San Marino, disputado em Ímola, na Itália, quando sua Williams se desgovernou e bateu na temida curva Tamburello. O piloto, que também sonhava com seu tetracampeonato mundial em 1994, foi homenageado pelos jogadores da seleção após o título na Copa.

Vale lembrar: o Tema da Vitória não tocava nas corridas desde o fim de 1993, quando Senna venceu sua última corrida ainda pela McLaren, e só iria aparecer de novo na Fórmula 1 em 2000, no GP da Alemanha, na primeira vitória de Rubens Barrichello na categoria. O Brasil nunca mais teve um piloto campeão na F1. E todos os títulos (dois de Emerson Fittipaldi, três de Nelson Piquet e três de Ayrton Senna) foram conquistados durante o jejum de conquistas da seleção brasileira na Copa do Mundo, que durou de 1970 a 1994. Algo que ajudou o país a ter motivos para comemorar enquanto lamentava os fracassos nos mundiais de futebol.

Abaixo, relembre algumas narrações do rádio brasileiro:

Osmar Santos – Rádio Globo de SP

José Silvério – Rádio Jovem Pan

José Carlos Araújo – Rádio Globo do RJ

Doalcei Bueno de Camargo – Super Rádio Tupi

Armindo Antônio Ranzolin – Rádio Gaúcha

Vale o registro, embora não tenhamos encontrado o áudio dos pênaltis, das narrações de Eder Luiz pela Rádio Bandeirantes naquela Copa:

Este post fica aberto a sugestões de registros que ficaram faltando no rádio em diversas partes do Brasil.

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