Por que a MP do Futebol pode prejudicar o PPV da Globo no Brasileirão

Por que a MP do Futebol pode prejudicar o PPV da Globo no Brasileirão

27 de julho de 2020 0 Por Allan Simon

A MP do Futebol segue provocando polêmica. Desta vez o cenário é o Brasileirão 2020, que teve a tabela detalhada pela CBF trazendo transmissões para a TNT de jogos entre times que fecharam com a Turner contra equipes que possuem acordo com o SporTV na TV paga. E isso, se permitido pela Justiça, pode acabar afetando outra mídia: o PPV, que tem exclusividade da Globo.

Preparamos um vídeo explicando como a MP do Futebol pode afetar os jogos do Premiere na competição em um momento no qual o PPV da Globo perdeu assinantes por causa da pandemia do novo coronavírus.

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Em mais de dez vezes, a TNT escolheu partidas de clubes do SporTV para transmitir porque acredita que a regra que confere exclusivamente ao mandante o direito de transmissão de uma partida vale já nesta edição do Brasileirão.

A Globo, por sua vez, defende que a Medida Provisória 984/20 não pode mudar acordos firmados anteriormente, quando a lei previa necessidade de contrato com dois times em campo para a exibição de um jogo na TV.

O resultado é que, por enquanto, a tabela do Brasileirão prevê três jogos do Flamengo na tela da TNT. O clube rubro-negro não teria direito a um só centavo da Turner, já que a MP do Futebol prevê apenas o acerto com o mandante do jogo. O time rubro-negro, que pertence ao portfólio do SporTV, receberia verba apenas das partidas exibidas pelo canal do Grupo Globo.

Onde isso estoura no PPV? É que esses três jogos do Flamengo eram exclusivos do Premiere. A Globo optou por não exibir em TV aberta, e eles não poderiam ter transmissão do SporTV tanto na lei antiga, pois são contra times da Turner, quanto na legislação em vigor atualmente, pois o Rubro-Negro joga como visitante. Sem a MP, a não-transmissão em TV aberta jogaria a partida automaticamente no PPV.

No ano passado, com 25 jogos exclusivos, o Flamengo foi, ao lado do Corinthians, o time que mais ficou restrito ao Premiere no Brasileirão. Foi uma estratégia da Globo para “forçar” a compra dos pacotes, já que a emissora tinha obrigação contratual de pagar um valor mínimo de R$ 120 milhões ao clube carioca (e um pouco menos ao Corinthians), fosse qual fosse o resultado das vendas do PPV.

Sem o poder de determinar quantos jogos do Flamengo serão exclusivos no Premiere, o pacote perderá força. E é também contra isso que a Globo vai brigar nos tribunais para fazer prevalecer a lei anterior.

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