Como é o regulamento do Campeonato Paulista?

Como é o regulamento do Campeonato Paulista?

1 de março de 2020 2 Por Allan Simon

O Paulistão se aproxima da reta final de sua fase de grupos, e em breve teremos as definições de classificados e rebaixados, bem como a disputa dos mata-matas decisivos e do Troféu do Interior. Portanto, muitos torcedores começam a se perguntar: afinal, como é o regulamento do Campeonato Paulista?

Disputado por 16 equipes em sua divisão principal, a Série A1, o Paulistão divide seus participantes em quatro grupos com quatro times em cada. Mas eles não se enfrentam na primeira fase. O regulamento do Campeonato Paulista prevê que, nesta etapa do torneio, cada clube faça 12 jogos contra os membros de todas as outras chaves.

Após a realização dessas 12 rodadas, os dois melhores times de cada chave avançam para as quartas de final. Nesta fase, aí sim os times se enfrentam dentro de suas chaves originais. É que o regulamento do Campeonato Paulista indica que os duelos do primeiro mata-mata sejam entre primeiros e segundos colocados de cada grupo: 1º A x 2º A, 1º B x 2º B, 1º C x 2º C, 1º D x 2º D.

Nas quartas de final, o Paulistão terá a definição de seus semifinalistas em partida única. Caberá à FPF a definição dos locais dos jogos, mas a condição de mandante deste jogo será da equipe que tiver a melhor campanha na primeira fase da competição. O regulamento também determina que a renda líquida seja dividida igualmente entre os dois clubes. Não há vantagem, e em caso de empate a definição do classificado se dará por disputa de pênaltis. Caso haja mais de dois times da capital na posição de mandante, os dois melhores poderão atuar na cidade de São Paulo, cabendo ao terceiro aguardar autorização da Polícia Militar para isso.

Na semifinal, o esquema de jogo único com mando para o time de melhor campanha, pênaltis em caso de empate, e renda dividida por igual se repete. O que deve ser observado é a maneira de definição dos confrontos. Não há um sorteio pré-estabelecido para os cruzamentos. De acordo com as regras do Paulistão, as semifinais serão disputadas da seguinte forma: 1ª melhor campanha x 4ª melhor campanha, 2ª melhor campanha x 3ª melhor campanha.

Para a definição de “melhor campanha”, a FPF vai considerar a soma dos pontos conquistados por cada clube na primeira fase e também nas quartas de final. Ou seja, se um time tiver feito, por exemplo, 25 pontos na fase de grupos e for enfrentar uma equipe que fez 24, mas esse primeiro clube tiver avançado nos pênaltis no primeiro mata-mata, e o outro ganhando no tempo normal, prevalecerá como mandante esse último, que terá 27 pontos na soma, contra 26 do anterior.

Essa regra também vale para definir os mandos dos dois jogos da grande final do Paulistão. Entra na conta também a pontuação que for acumulada pelos times no jogo único da semifinal. Novamente, a decisão do Campeonato Paulista não dará vantagem a nenhuma equipe. Tampouco existe regra de gol qualificado ao visitante. Portanto, a competição será definida nos pênaltis caso haja empate na soma dos resultados.

Quais são os critérios de desempate do Paulistão 2020?

Na primeira fase, para determinar os classificados, a posição dentro das chaves, e também os rebaixamentos, a FPF vai considerar os seguintes critérios de desempate, pela ordem:

a) Maior número de vitórias;
b) Maior saldo de gols;
c) Maior número de gols marcados;
d) Menor número de cartões vermelhos recebidos;
e) Menor número de cartões amarelos recebidos;
f) Sorteio público na sede da FPF.

Como se definem os rebaixados no Campeonato Paulista 2020?

Explicamos isso direitinho em um post especial nesta série, que você pode ver aqui. Mas, basicamente, serão rebaixadas duas equipes com base na classificação geral da fase de grupos. Ou seja, os dois times que fizerem menos pontos, independentemente da chave em que estiverem, caem para a Série A2 do Paulistão em 2021.

Quem disputa o Troféu do Interior?

De acordo com o regulamento do Campeonato Paulista, só não podem disputar essa competição os times localizados na capital e o Santos Futebol Clube. A rigor, estarão garantidos no torneio as equipes eliminadas na primeira fase da competição, exceto os dois rebaixados. Ou seja, os times que ficarem entre a 9ª e a 14ª colocação na classificação final do Paulistão (e não a geral de pontos).

Além dessas equipes, também terá vaga no Troféu do Interior o melhor eliminado do mata-mata nas quartas de final do Paulistão. No ano passado, por exemplo, os quatro grandes do estado avançaram para a semifinal. Caíram fora o Red Bull Brasil, o Novorizontino, a Ferroviária, e o Ituano. Destes, somando a pontuação da fase de grupos com a do mata-mata, o time do Red Bull foi o melhor, e por isso também teve direito a disputar o Troféu do Interior – acabou sendo o campeão, inclusive.

Caso algum time da capital ou o Santos seja eliminado na primeira fase do Paulistão, serão chamados mais clubes do interior eliminados nas quartas de final para completar as sete equipes. A fórmula de disputa do Troféu do Interior não está prevista no regulamento do Campeonato Paulista, devendo ser definida em conselho técnico realizado na FPF após a fase de grupos. Em 2019, os seis eliminados na primeira fase se enfrentaram em mata-mata por três vagas na semifinal do Interior – a outra era do Red Bull, que entrou diretamente nessa fase. O Troféu do Interior dará ao seu campeão uma vaga na Copa do Brasil de 2021.

O que o regulamento do Campeonato Paulista diz sobre vagas na Copa do Brasil?

São três vagas para os times melhores classificados ao final da competição. Uma quarta vaga é destinada ao campeão do Troféu do Interior. Até o ano passado, eram duas vagas no primeiro critério, já que a FPF dava um lugar na Copa do Brasil ao vencedor da Série A2. Foi assim que o Santo André entrou na competição nacional este ano, por exemplo. Mas isso acabou, e a vaga foi incluída na primeira divisão.

As vagas são distribuídas de acordo com a necessidade dos clubes. Se o campeão paulista estiver classificado para a Libertadores de 2021, por exemplo, o que implica em classificação automática para a fase de oitavas de final da Copa do Brasil do ano que vem, o quarto melhor colocado herda essa vaga na primeira etapa do torneio nacional.

Em 2019, Corinthians e São Paulo foram os classificados “naturais” para as duas vagas que existiam na Copa do Brasil. Mas ambas as equipes se garantiram na Libertadores (e nas oitavas da Copa do Brasil 2020). Com isso, os dois postos iriam para terceiro e quarto colocados. Mas Palmeiras e Santos também conseguiram um lugar na competição continental.

A FPF, então, transferiu a vaga para quinto e sexto colocados. O Red Bull Brasil, que ficou com a quinta posição no Paulistão 2019, já tinha uma vaga na Copa do Brasil 2020 como campeão do Troféu do Interior. A confusão seguiu, e o sétimo colocado entrou no jogo. Com isso, Novorizontino e Ferroviária se garantiram na Copa do Brasil 2020.

Com a compra do Bragantino pela Red Bull, o Red Bull Brasil acabou rebaixado para a Série A2 do Paulistão. Mas isso não foi a razão principal para tirar a vaga do Toro Loko na Copa do Brasil. É que o Braga foi campeão da Série B do Brasileirão e se garantiu também nas oitavas de final do mata-mata nacional em 2020. Aí prevaleceu a regra que impede a participação de dois times do mesmo grupo empresarial em uma competição. A vaga do RB Brasil foi para a vice-campeã do Troféu do Interior, a Ponte Preta.

O Oeste, de Barueri, entrou na Copa do Brasil nas vagas destinadas pela CBF aos melhores colocados no seu ranking nacional e que não tenham garantido participação na competição por meio de seus estados.

Como são distribuídas as vagas na Série D do Brasileirão?

Considerando a classificação final do Paulistão, a FPF vai indicar os três melhores clubes dentre os que não tiverem vagas asseguradas nas Série A, B e C do Campeonato Brasileiro em 2021. Uma quarta vaga é destinada ao campeão ou vice da Copa Paulista, disputada no segundo semestre. O vencedor desse torneio pode optar pela quarta divisão nacional ou pela Copa do Brasil, ficando o outro finalista com a vaga remanescente.

E sobre VAR, o que diz o regulamento do Campeonato Paulista?

O regulamento do Campeonato Paulista autoriza a FPF a usar o árbitro de vídeo (VAR) a partir das quartas de final. Mas não aplicará a tecnologia no Troféu do Interior. Também se resguarda ao dizer que a “FPF não está obrigada a utilizar a tecnologia da arbitragem em todos os jogos da mesma competição ou da mesma rodada, na medida que depende de condições técnicas e materiais para fazê-lo”, e que a “eventual existência de outros vídeos com outros ângulos obtidos em partidas com transmissão direta são oficiosas e não afetarão as decisões da arbitragem, seja para impugnação do resultado, seja para obter qualquer espécie de reparação pelos clubes disputantes ou por terceiros” .

Como funciona a suspensão por cartões no Paulistão?

Jogadores e membros da comissão técnica que receberem três cartões amarelos ficam suspensos automaticamente por uma partida. Após o fim da primeira fase, o número de cartões de cada participante do Campeonato Paulista é zerado. Mas, por exemplo, se um atleta levar o terceiro amarelo na última rodada da fase de grupos, ele deverá cumprir a suspensão nas quartas de final.

Quando alguém recebe um cartão amarelo durante a disputa de uma partida e, posteriormente, acaba expulso com cartão vermelho direto, o amarelo original segue contando para a sequência que poderá terminar em suspensão por três cartões. Se esse amarelo original tiver sido o terceiro da série, a suspensão será de dois jogos – um pelos três amarelos, e outro pela expulsão.

Já quando a expulsão é resultado de dois cartões amarelos no mesmo jogo, esses cartões não contam para a sequência de suspensão. O atleta ou membro da comissão técnica em questão deverá cumprir suspensão automática pela expulsão, apenas.

Quem estiver suspenso deverá cumprir a punição na partida imediatamente posteriormente, não importando a rodada pela qual ela seja disputada. Ou seja, se um jogo for adiado, a suspensão deve ser cumprida no compromisso seguinte de sua equipe.

Como funcionam as inscrições de jogadores no Paulistão?

Cada time teve direito a inscrever até 26 jogadores na chamada “Lista A” até o dia 21 de janeiro, com permissão de complemento até o dia 6 de março, mas não de alteração de atletas já inscritos.

Jogadores acima dos 16 anos e nascidos até 1999 podem ser registrados na chamada “Lista B”, que não tem limite de inscrições. Para isso, necessário que o atleta esteja registrado de forma ininterrupta pelo clube nos últimos 12 meses, além de ter participado por ele de uma competição de base organizada pela FPF em 2019.

O regulamento do Campeonato Paulista prevê que poderá haver no máximo cinco jogadores da Lista B ao mesmo tempo em campo por uma equipe, não existindo limite para os relacionados no banco de reservas.

Em caso de atletas lesionados, o clube poderá pedir a substituição até o término da primeira fase por meio de laudo médico comprobatório da lesão e aprovação de um comitê da FPF. Se o jogador machucado por um goleiro, a permissão vale em qualquer fase do Paulistão.

Nas quartas de final, os oito times classificados terão até o dia 3 de abril para fazer até quatro substituições na Lista A original. Isso também vale para os times que disputarão o Troféu do Interior. Cada jogador só pode atuar em um clube do Campeonato Paulista, não importando a divisão. Isso acaba com uma prática que já foi comum no passado, quando atletas eliminados da Série A1 reforçavam times nas fases finais da séries A2 e A3, por exemplo.

Sobre a série

Este post faz parte da série “Porquês Esporte Clube”, que pretende resolver as dúvidas dos fãs de futebol e de outras modalidades sobre os mais diversos assuntos que estiverem sendo discutidos no noticiário, ou eternas questões que despertam a curiosidade do torcedor.

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